domingo, 1 de maio de 2011

Uma Gota

Uma gota de sangue dos meus pulsos pingou,

No meu vestido branco,

Manchando de vermelho a minha doce ingenuidade,

E lavando de vermelho minha ilusão,

Branca e doce da vida.

Quando o sangue se espalhou,

Minha alma estremeceu,

Meu sangue parou,

E tudo mudou.

O branco virou vermelho,

Ultrapassando a doçura do rosa,

Virando logo então o rude e amargo vermelho.

Talvez se tivesse gritado,

Chorado,

Ou mesmo tentado lavar,

Não,

Deixei rapidamente o vermelho me dominar.

Perdi a ingenuidade do branco,

Ganhei amargura do vermelho.

E agora só resta no chão os cacos do espelho,

Manchados pelo meu sangue vermelho.

( Mariana Amaral de Queiroz )


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