Uma gota de sangue dos meus pulsos pingou,
No meu vestido branco,
Manchando de vermelho a minha doce ingenuidade,
E lavando de vermelho minha ilusão,
Branca e doce da vida.
Quando o sangue se espalhou,
Minha alma estremeceu,
Meu sangue parou,
E tudo mudou.
O branco virou vermelho,
Ultrapassando a doçura do rosa,
Virando logo então o rude e amargo vermelho.
Talvez se tivesse gritado,
Chorado,
Ou mesmo tentado lavar,
Não,
Deixei rapidamente o vermelho me dominar.
Perdi a ingenuidade do branco,
Ganhei amargura do vermelho.
E agora só resta no chão os cacos do espelho,
Manchados pelo meu sangue vermelho.
( Mariana Amaral de Queiroz )
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