quarta-feira, 25 de maio de 2011

Desencanto

Eu faço versos como quem chora

De desalento... de desencanto...

Fecha o meu livro, se por agora

Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...

Tristeza esparsa... remorso vão...

Dói-me nas veias. Amargo e quente,

Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angustia rouca,

Assim dos lábios a vida corre,

Deixando um amargo sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre.

(Manuel Bandeira)



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