sexta-feira, 29 de julho de 2011

Hino ao Amor


Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e dos anjos,

Se eu não tivesse o amor, seria como sino ruidoso

Ou como címbalo estridente.

Ainda que eu tivesse o dom da profecia,

O conhecimento de todos os mistérios

E de toda a ciência; ainda que eu tivesse toda a fé,

A ponto de transportar montanhas,

Se não tivesse o amor, eu não seria nada.

Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos,

Ainda que entregasse o meu corpo às chamas,

Se não tivesse o amor, nada disso me adiantaria.

O amor é paciente,

O amor é prestativo;

Não é invejoso,

Não se ostenta, não se incha de orgulho.

Nada faz de inconveniente,

Não procura seu próprio interesse,

Não se irrita, não guarda rancor.

Não se alegra com a injustiça,

Mas se regozija com a verdade.

Tudo desculpa, tudo crê,

Tudo espera, tudo suporta.

O amor jamais passará.

As profecias desaparecerão,

As línguas cessarão, a ciência também desaparecerá.

Pois o nosso conhecimento é limitado;

Limitada é também a nossa profecia.

Mas, quando vier a perfeição,

Desaparecerá o que é limitado.

Quando eu era criança, falava como criança,

Pensava como criança, raciocinava como criança.

Depois que me tornei adulto, deixei o que era próprio de criança.

Agora vemos como em espelho e de maneira confusa;

Mas depois veremos face a face.

Agora o meu conhecimento é limitado,

Mas depois conhecerei como sou conhecido.

Agora, portanto,

Permanecem estas três coisas:

A fé, a esperança e o amor.

A maior delas, porém,

É o amor.

(Apostolo Paulo)


quinta-feira, 28 de julho de 2011

Soneto á Tua Volta

Voltaste, meu amor... enfim voltaste!
Como fez frio aqui sem teu carinho....
A flor de outrora refloresce na haste
que pendia sem vida em meu caminho.

Obrigado... Eu vivia tão sozinho...
Que infinita alegria, e que contraste!
-Volta a antiga embriaguez porque voltaste
e é doce o amor, porque é mais velho o vinho!

Voltaste... E dou-te logo este poema
simples e humilde repetindo um tema
da alma humana esgotada e envelhecida...

Mil poetas outras voltas celebraram,
mas, que importa? – se tantas já voltaram
só tu voltaste para a minha vida...


(JG de Araújo Jorge)



Pai, Velho Capitão


É, meu velho Capitão...
Vejo você ai recostado
Olhando o mar, o infinito profundo.

Nas rugas de seu rosto cansado
Delineado o traçado
Das rotas navegadas...
Vivências e experiências passadas.
Mãos calejadas, marcadas
Pela condução da embarcação.

Brancos cabelos como espumas do mar
É Pai, meu velho Capitão...
Quantas coisas a recordar.
Quantas lembranças, quantos ensinamentos.
Alegrias, desentendimentos,
Presenças e ausências.
Imagens
Aparências.

E, apesar de sermos diferentes aqui ou ali
É bom saber que juntos caminhamos
Vendo, ouvindo... como amigos sentindo.

Recordações de menino que um dia foi.
Brincadeiras, colegas de escola,
Tempo passado
Dos estudos, das dificuldades e das "artes".
A adolescência, os namoros.
Cinema... o beijo furtivamente roubado.

É Pai, meu velho Capitão...
Como é grande a sua missão.

Bússola e sextante a nos guiar
Alertar, ensinar, amparar,
Proteger, repreender.
Archote na terra, no céu e no mar.

Porto seguro, mastro mestre da família.
Ao casar-se, de ser só filho deixou
A ser pai, também passou.
Trabalhou duro, suou, sofreu, criou
Fortunas que não são suas,
Carros que jamais dirigiu,
Sonhos que nunca viveu,
Anseios que sufocou...

É Pai, meu velho Capitão...
Como é grande a sua missão,
E por vezes nem dei conta da carga...
Mas lá em cima está tudo contabilizado.
Sabe Pai, não é fácil falar de você
Resta-me apenas te abraçar e olhando nos seus olhos,
Dizer-te de coração:

Muito obrigado Pai, meu querido amigo, meu velho Capitão !!!

(Jutorres)

Promessa

Em 1989, um violento terremoto quase arrasou a Armênia, matando mais de 30 mil pessoas em menos de 4 minutos.

Em meio à completa devastação e ao caos, um pai deixou sua esposa segura em casa e correu para a escola onde seu filho supostamente deveria estar, só para descobrir que o edifício estava totalmente no chão.

Depois do choque inicial, ele lembrou-se da promessa que tinha feito ao filho: “não importa como, quando ou onde, eu sempre estarei contigo!”

Lágrimas amargas rolaram do seu rosto transtornado. Olhou para as ruínas onde havia sido a escola, e a situação parecia sem esperanças. Mas, ao lembrar-se do compromisso que tinha com o filho, recobrou o ânimo e buscou lembrar o caminho que percorria com o garoto.

Lembrou que a sua sala ficava no canto de trás do prédio. Correu para lá e começou a cavar em meio aos cascalhos.

Enquanto cavava, outros parentes desamparados chegaram com os corações em disparada, gritando: “meu filho!” “Minha filha!”.

Outros tentavam retirá-lo de cima dos escombros dizendo: “é muito tarde!” “Eles estão mortos!” “Vá para casa!” “Vamos. Encare a realidade! Não há nada que você possa fazer!”.

Para cada pai ele respondia com uma única frase: “você vai me ajudar agora?” E então continuava a cavar a procura de seu filho, pedra por pedra. O chefe dos bombeiros, os policiais, todos tentaram, em vão, afastá-lo de cima das ruínas. Corajosamente ele prosseguiu, sozinho... Cavou por 8 horas... 12 horas... 24 horas... 36 horas... E então, na trigésima oitava hora ele puxou um bloco e ouviu a voz de seu filho.

Gritou seu nome e o menino respondeu: pai? “Sou eu, pai!” “Eu disse para os outros meninos não se preocuparem, que se você estivesse vivo você me salvaria, e, quando você me salvasse, eles também estariam salvos” “Você prometeu, lembra? Não importa como, quando ou onde, eu sempre estarei contigo. Você conseguiu pai!”.

O pai, emocionado perguntou como estava a situação lá embaixo, e o filho respondeu que das 33 crianças, 14 conseguiram sobreviver graças a uma espécie de cabana triangular que se formou quando o prédio desabou.

Venha aqui para fora! Disse o pai ao filho querido, estendendo-lhe a mão. “Não, pai! Deixe os outros irem primeiro, porque eu sei que você vem me buscar! Não importa como, quando ou onde, eu sei que você estará sempre comigo!”.

(Autor Desconhecido)