sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Coração





Coração essa dor tão grande,

Que me invade, quando penso,

No vácuo carregado.



Ele que foi feito para o amor,

Hoje não carrega, nem mais dor.

Ele batia, com alegria,

E hoje bate, sem harmonia.



Eu sonhava, ele sorria.

Hoje eu penso em como seria.

Sem dor, sem dança,

As coisas tantas, que a vida canta,

Não escuto mais.



De solidão vive um coração,

Que nem dor carrega mais,

Falo palavras e orações,

Ajudo a todos os corações,

Mas quando vejo, estou aqui,

Com algumas lágrimas a me cobrir.



Sem dor, nem dança,

Nem o vento alcança,

A melodia, tão bela e fina,

Que eu trazia dentro do peito,

Agora nem o som dos tambores,

Eu sinto bater dentro do peito.



Do que valia, tais melodias,

Se nada delas pude fazer?

E agora, o tempo,

Já fez questão de resolver.



Esse impasse, que se rebate,

Pelo meu peito ao amanhecer,

E a falta de amor e de melodia,

Nada mais poderão me fazer.



Anestesia na alma levei,

Para esquecer amores que não tenho

De uma vez.


(Mariana Amaral de Queiroz)


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