domingo, 12 de junho de 2011

Só Para Ti

Esta simples, modesta poesia é só para ti

Para ti que amo e hei de amar eternamente

Embora eu não saiba o que tu por mim sente

A outras não escrevi, só para ti, exclusivamente

São simples palavras de um amor caliente

São só para ti, só para ti e para sempre

São para ti, só, retrato de um grande amor fremente

Acredites que é só para ti, com amor, eternamente

Se não acreditares, viverei angustiadamente

São só para ti, juro com amor solenemente

Se não poetizasse somente para ti

Para quem mais poderia ser

Sem ti, querida, não sei viver

Não duvides nunca o que sinto, me faz sofrer

Sofrendo amando, não quero, prefiro morrer.

(Leandro Cardemio Fávero)


Vem

Vem,

Quando por miragem

Vires meu vulto em tudo que olhares.

Quando a dor se tornar infinita

a saudade em seu ser também.

Quando leres as minhas cartas com

amargura no coração.

Quando te faltares forças para

realizares os mais simples sonhos e desejos.

Quando te fugires todas as esperanças de

possuir esperanças.

Quando vagares só, com tua dor

se tornando insuportável a ansiedade.

Vem,

Enquanto ainda te espero para apagar

tuas tardes e noites tristes.


quarta-feira, 1 de junho de 2011

A Boneca e a Rosa Branca


Apressada, entrei em um shopping center para comprar alguns presentes de última hora para o Natal.

Olhei para toda aquela gente ao meu redor e me incomodei um pouco. "Ficarei aqui uma eternidade; com tantas coisas para fazer", pensei.

O Natal já havia se transformado quase em uma doença. Estava pensando em dormir enquanto durasse o Natal.

Mas me apressei o máximo que pude por entre as pessoas que estavam no shopping. Entrei numa loja de brinquedos. Mais uma vez me surpreendi reclamando para mim mesma sobre os preços. Perguntei-me se os meus netos realmente brincariam com aquilo.

Parti para a seção de bonecas. Em uma esquina encontrei um menino de aproximadamente 5 anos segurando uma boneca bem cara. Estava tocando seus cabelos e a segurava com muito carinho.

Não pude me conter, fiquei olhando para ele fixamente e perguntava-me para quem seria a boneca que ele segurava com tanto apreço, quando dele se aproximou uma mulher que ele chamou de tia. O menino lhe perguntou: "Pra essa boneca tem dinheiro suficiente?".

E a mulher lhe falou com um tom impaciente: "Você sabe que não tem dinheiro suficiente para comprá-la".

A mulher disse ao menino que permanecesse onde estava enquanto ela buscava outras coisas que lhe faltavam. O menino continuou segurando a boneca.

Depois de um tempo, me aproximei e perguntei-lhe para quem era a boneca. Ele respondeu: "Esta e a boneca que minha irmãzinha tanto queria ganhar no Natal". Ela estava certa de que Papai Noel iria trazê-la". Então eu disse ao o menino que o Papai Noel a traria.

Mas ele me disse: "Não, Papai Noel não pode ir aonde minha irmãzinha esta. Eu tenho que entrega-la a minha mãe para que ela leve ate a minha irmãzinha".

Então eu lhe perguntei onde estava a sua irmã. O menino, com uma feição triste, falou: "Ela se foi com Jesus. Meu pai me disse que a mamãe ira encontrar-se com ela". Meu coração quase parou de bater.

Voltei a olhar para o menino. Ele continuou: "Pedi ao papai para falar para a mamãe para que ela não se vá ainda.

Para pedir-lhe para esperar até que eu volte do shopping". O menino me perguntou se eu gostaria de ver a sua foto e respondi-lhe que adoraria.

Então, ele tirou do seu bolso algumas fotografias que tinham sido tiradas em frente ao shopping e me disse:

"Vou pedir para o papai levar estas fotos para que a minha mãe nunca se esqueça de mim. Gosto muito da minha mãe, não queria que ela partisse. Mas o papai disse que ela tem que ir encontrar a minha irmãzinha".

Me dei conta de que o menino havia baixado a cabeça e ficado muito calado.

Enquanto ele não olhava, coloquei a mão na minha carteira e retirei algumas notas. Pedi ao menino para que contasse o dinheiro novamente. Ele se entusiasmou muito e comentou: "Eu sei que é suficiente".

E começou a contar o dinheiro outra vez. O dinheiro agora era suficiente para pagar a boneca. O menino, em uma voz suave, comentou: "Graças a Jesus por dar-me dinheiro suficiente".

Ele falou ainda: "Eu acabei de pedir a Jesus que me desse dinheiro suficiente para que eu comprar esta boneca para a mamãe levar até a minha irmãzinha. E Ele ouviu a minha oração. Eu queria pedir-lhe dinheiro suficiente para comprar uma rosa branca para a minha mãe também, mas não o fiz. Mas Ele acaba de me dar o bastante para a boneca da minha irmãzinha e para a rosa da minha mãe. Ela gosta muito de rosas brancas...".

Em alguns minutos a sua tia voltou e eu, despercebidamente, fui embora.

Enquanto terminava as minhas compras, com um espírito muito diferente de quando havia começado, não conseguia deixar de pensar naquele menino. Segui pensando em uma história que havia lido dias antes num jornal, a respeito de um acidente, causado por um condutor alcoolizado, no qual uma menininha falecera e sua mãe ficara em estado grave.

A família estava discutindo se deveria ou não manter a mulher com vida artificial.

Logo me dei conta de que aquele menino pertencia a essa família.

Dois dias mais tarde li no jornal que a mulher do acidente havia sido removida das máquinas que a mantinham viva e morrido. Não conseguia tirar o menino da minha mente.

Mais tarde comprei um buquê de rosas brancas e as levei ao funeral onde estava o corpo da mulher. E ali estava; a mulher do jornal, com uma rosa branca em uma de suas mãos, uma linda boneca na outra, e a foto de seu filho no shopping.

Eu chorava e chorava... Minha vida havia mudado para sempre.

O amor daquele menino pela sua mãe e irmã era enorme.

Em um segundo, um condutor alcoolizado havia destroçado a vida daquela criança.


(Autor Desconhecido)

Desejo

Desejo teus olhos,

Teus lábios, tuas mãos.

Desejo sentir bem perto

Teu corpo nervoso.

Desejo sentir tuas mãos

Acariciando de leve meu rosto;

Teus olhos cheios de desejo

Percorrendo aos poucos

As belezas de meu corpo.

Quero ver em ti

O arfar aflito das narinas,

O semicerrar das pálpebras

E ouvir da tua boca:

“Minha querida!

-Meu amor,

juntemos nossas vidas.

Vivamos o presente,

Esqueçamos o amanhã!”

E eu quase louca de delírio

Serei tua,

Completamente tua.

Minhas carnes alvas

Estremecerão de paixão.

Juntarei minha boca ressequida

A tua boca orvalhada

E deste beijo apaixonado

Nascerá a flor mais linda

Que será sempre o símbolo

Do amor e do pecado!

(Nilza Ramadinha Alvarenga)